Docência e Liberdade
Tertúlia de 25 de Novembro de 2015
A 25 de Novembro, a Comissão encarregue de dinamizar a partilha de conhecimento entre os docentes da nossa escola propôs a realização de uma sessão subordinada ao título Docência e Liberdade. Na preparação deste primeiro encontro motivou-nos a proximidade com o Dia Mundial do Professor, 5 de Outubro, e a comemoração do Dia Nacional da Cultura Científica, 24 de Novembro, instituído desde 1997, em homenagem ao professor, poeta, ensaísta e divulgador de Ciência, Rómulo de Carvalho, que nasceu a 24 de Novembro de 1906 e que, em 1956, se estreou como poeta, com a publicação do livro Movimento Perpétuo, já com o pseudónimo de António Gedeão. E porque ciência e poesia estão igualmente tão bem ordenadas em Vitorino Nemésio, consideramos que estavam reunidos os componentes perfeitos para animar a conversa. A extensão à profissionalidade e ao exercício da liberdade seria instigada pela apreciação e comentário de quatro vídeos alusivos à profissão docente hoje.
E foi assim iniciada esta sessão, na tarde de quarta-feira, dia 25, na sala Jeremias da Costa, com a presença dos colegas que aderiram ao convite. Depois da leitura de dois poemas de António Gedeão e de uma breve análise feita pela colega Maria João Bettencourt, o colega João Cabral escalpelizou o método científico no poema “Lágrima de Preta” e ilustrou ao vivo algumas passagens científicas poetizadas em “Poema para Galileu” . Foram-se descortinando depois as críticas aos homens ditosos a quem Deus dispensou de buscar a verdade. Estava animada a partilha. A palavra foi centrada na participação da “assistência”, que enriqueceu grandemente esta primeira parte.
De seguida, o colega Manuel Urbano apresentou Vitorino Nemésio e contextualizou a sua obra poética na qual a ciência aparece de forma tão original quanto desconcertante para um leitor desprevenido perante uma terminologia específica, precisa, mas eclética.
O poema “O afilhado” foi escolhido para exemplificar esta simbiose, deliciando-nos com a musicalidade fonética e o seu subtil jogo de sentidos, ainda que sempre de substância biológica, como ficou evidenciado pela análise conduzida pela colega Maria da Graça Rego, num código de encontro quase exato entre as culturas científica e humanística. Depois da troca de ideias inevitável, imbuídas deste clima ora poético ora científico, fez-se tarde e resolvemos que a segunda parte pensada para esta sessão seria o mote para uma próxima, pelo que demos por encerrado este nosso primeiro encontro que foi considerado, pelos presentes, como inédito e francamente educativo.
Assim, foram feitas sugestões para próximos eventos, possivelmente envolvendo os pais e encarregados de educação, num horário pós laboral, de forma a facultar-lhes a participação desejável na dinâmica cultural da escola.
Ponta Delgada, 3 de dezembro de 2015